Este é o fator mais crítico para sua estratégia de tecnologia de RH

por José Guerra
12 min de leitura.

 

Isso pode soar um pouco estranho, ou “counter-intuitive” como se diz em inglês, especialmente vindo de alguém como eu, que lida com este assunto por mais de 10 anos, mas sinto que entre tanta tecnologia, software, aplicativos SaaS, cloud, móveis, etc., em Recursos Humanos corremos o risco de dar como certo aquilo que é o mais essencial. 

Ilustro com um exemplo: comparemos o celular Nokia 6110 (deixo com vocês a página da wikipedia em sua homenagem) com o iPhone. Um era um tijolo e o outro uma obra de arte, mas em sua essência são a mesma coisa (especialmente quando o iPhone perde o sinal de internet). Entre app e app temos a tendência de dar as coisas como certas, e na hora da verdade, dá na mesma se você fizer uma ligação com um ou outro.

Traçando um paralelo com Recursos Humanos, o Nokia 6110 seria o setor há uns 25 anos, antes do advento dos primeiros softwares para gerenciar os processos básicos como listas de colaboradores ou avaliações de desempenho. E neste caso, o iPhone é a gerência atual, imersa num fluxo acelerado por automatizar estes mesmos processos e, sobretudo, obter métricas. Cifras. Dados. Informações para tomar decisões que antes eram feitas com Excel e bastante intuição. 

Um estudo sobre uso da tecnologia em Recursos Humanos na América Latina que realizamos este ano (baixe aqui) nos mostrou um dado interesante: a geração de relatórios e estatísticas é o principal fator que determina o investimento em tecnologia para o departamento em 76% das empresas da região. 

Queremos mostrar resultados. Queremos ser um sócio estratégico para a gerência geral. Passamos anos e anos atolados em planilhas intermináveis, que levamos pro Excel, mas a carga operacional do departamento não diminuiu. Pelo contrário. E de repente nos vemos inundados por uma oferta tecnológica que nos faz uma oferta muito sedutora: tiramos essa carga para então poder nos concentrar na estratégia.
Basta revisar alguns processos de Recursos Humanos que hoje realizamos na palma de nossas mãos, ou online:

  • Gestão de employer branding
  • Administração de capacitações
  • Gestão de total compensation
  • Gestão de relações com candidatos
  • Gestão de avaliações de desempenho
  • Avaliação do déficit de competências da empresa
  • Gestão de entrevistas móveis, ao vivo ou em vídeo
  • Gestão de desenvolvimento de carreira
  • Benchmarking e integração com dados externos
  • Monitoramento de candidatos
  • Análises de métricas
  • Gestão de programas de bem-estar de colaboradores
  • Gestão de comunicações internas 

Antes de continuar, devo esclarecer que o estratégico é da essência do que se deve fazer em Recursos Humanos. E como as coisas estão tecnologizadas, é absolutamente necessário, imperativo, contar com uma estratégia de tecnologia de Recursos Humanos. 

[Aqui deixo claro o que quero dizer] a estratégia de Recursos Humanos não deve estar somente a serviço de nossos objetivos e métricas. Também deve estar a serviço dos colaboradores. Simplesmente, não é possível desperdiçar o elemento humano do serviço que prestamos. Mesmo com muitas tecnologias, software e aplicativos que possamos usar para levar adiante a gestão do setor, nosso foco não mudou. E continuará sendo o mesmo: as pessoas.

E a tecnologia para Recursos Humanos está indo para este rumo. O foco nas pessoas, ou seja, no usuário final, atravessa todas as ofertas disponíveis atualmente. 

Por um lado, a consumerização das tecnologias para Recursos Humanos (o redimensionamento dos produtos e serviços em torno do usuário final) inverteu o processo de compra e implementação. Antes a decisão estava nas mãos da TI. Hoje isso já não acontece (exceto por assuntos relacionados com segurança e privacidade de dados): a decisão é de Recursos Humanos, mas o software está pensado para o usuário final (colaboradores, gerentes e líderes da organização). 

No entanto, a tendência conhecida como Bring Your Own Device, BYOD, ou “traga o seu próprio dispositivo” está dando mais autonomia aos colaboradores (para terror de alguns gerentes), como podemos ver neste infográfico.


infografico_estrategia_tecnologia_RRHH

E por outro lado, estão sendo desenvolvidos novos aplicativos, software e soluções focadas nos colaboradores para acelerar vários processos de Recursos Humanos.

Por exemplo, novos aplicativos de aquisição de talento como o Jobvite, Work4 e The Resumator estão acelerando as contratações aproveitando as redes sociais dos candidatos. Ao mesmo tempo, novas ferramentas para gerenciar o desempenho e desenvolvimento de carreira ajudam os colaboradores a gerir seu progresso. 

Outros produtos estão levando muitas empresas a descartarem a avaliação anual de desempenho em razão de aplicativos sociais de retroalimentação e recompensas, em tempo real. Na gestão pessoal, surgiram apps desenvolvidas por startups como a Replicon, Employtouch e PayrollHero, que os colaboradores podem instalar em seus próprios dispositivos para controlar suas horas trabalhadas, simplificando um procedimento de controle complicado.

Não sabemos como será a gestão de Recursos Humanos em 20 ou quem sabe em 5 ou 10 anos mais.

Igual o Nokia 6110 e o iPhone, simples telefones no fim das contas, nossa essência não mudou. Nosso foco continuará sendo os colaboradores e a tecnologia nos dará mais e melhores oportunidades de sermos mais eficientes, nos comunicar melhor e sermos mais produtivos. Em resumo, a contribuir mais com o negócio.

Se tivermos sempre em mente os colaboradores e não os deixarmos de lado em nossa estratégia de tecnologia de RH, escolhendo fornecedores e soluções que realmente os motivem e ajudem a cumprir suas metas, veremos que as métricas que tanto buscamos serão uma consequência natural de nossa proposta.

 

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José Guerra
Escrito por José Guerra

Chief Sales & Marketing Officer, GOintegro

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