O investimento e uso de tecnologia de Recursos Humanos na América Latina sempre foi um mistério.
Apesar de que existirem muitos estudos e pesquisas nos Estados Unidos, Europa, Austrália e até mesmo na Ásia, uma simples busca no Google revela que quase não existe dados a respeito na região. Menos ainda sobre assuntos estratégicos, como gastos, modelos de implementação, taxa de penetração ou que funções de Recursos Humanos estão mais (ou menos) suportadas pela tecnologia.
Por isso, na GOintegro decidimos construir o primeiro benchmark regional neste sentido, com o nosso primeiro estudo latino-americano sobre o uso de ferramentas tecnológicas para Recursos Humanos em 2015. Já se foi um ano desde então, e agora temos os resultados da segunda versão do estudo, realizado durante janeiro e fevereiro de 2016.
Os resultados me parecem ser muito positivos e interessantes. E por isso quero compartilhar três insights que vislumbram o que vem por aí em termos de tecnologia para RH em nossa região neste ano de 2016.
1. Mais empresas latino-americanas estão desenvolvendo sua própria estratégia de tecnologia de RH
Uma dos resultados mais destacáveis do estudo é que 38% das empresas conta com uma estratégia formal de tecnologia de Recursos Humanos.
Isto quer dizer que a automatização é contínua e está alinhada com as metas do RH para este ano. Isto, considerando que 25% dos entrevistados respondeu que alinhar os colaboradores e a cultura organizacional com as metas do negócio é o seu principal desafio para 2016, assim como melhorar o clima laboral (13%) e reduzir a rotação (12%).
A pesquisa mostra um enfoque em ferramentas e aplicativos para elevar os níveis de comprometimento através da satisfação e retenção de talento, além de potencializar a comunicação interna e impulsionar mudanças estratégicas na cultura organizacional.
Se vemos o gráfico abaixo, fica claro que a estratégia do RH e o uso da tecnologia estão em sincronia, com uma leve ênfase em soluções de comunicação interna. Mas o que realmente é interessante aqui é o uso de soluções cloud, que está quase no mesmo nível do emprego do software on-premise (que roda em servidores que devem ser comprados e mantidos pela empresa).
Isto sugere que os diretores da área estão modernizando um aspecto sumamente visível de sua estratégia: a comunicação interna (que impacta desde o clima e o nível de comprometimento dos colaboradores até os resultados do negócio), com aplicativos consumerizados como redes sociais e apps móveis, o que me leva ao seguinte ponto.
2. Os diretores de RH latino-americanos têm uma oportunidade única para inovar
O estudo mostra que o uso da tecnologia de Recursos Humanos gira em torno a processos básicos (cujos altos volumes de trabalho afetam negativamente a execução da estratégia) como o pagamento de salários, avaliações de desempenho e controle de presença, onde a taxa de uso de soluções on-premise supera amplamente as ferramentas da nuvem.
Pelo que eu entendo, isso representa uma grande oportunidade para inovar, reduzir custos, economizar em carga operacional e injetar valor estratégico no RH com ferramentas mais poderosas, flexíveis e modernas, que além disso permitem obter dados e análises (mais sobre isto no seguinte ponto) para tomar decisões de maior valor para a diretoria. Acredito que existem duas razões para isso:
A. As soluções on-premise implicam gastos que tendem a crescer com o tempo, além de numerosas tarefas manuais e dependência do departamento de TI.
Os aplicativos da Nuvem eliminam estes inconvenientes. Melhoram a eficiência e a eficácia do RH em termos de custos e operações, e introduzem maiores graus de autonomia para experimentar diferentes soluções tecnológicas sem a intervenção de outras áreas da organização, cujo papel na decisão da compra se baseia em prioridades que nem sempre coincidem com as do RH.
B. Em nível regional 52% das empresas pesquisadas usam algum tipo de tecnologia para a gestão dos Recursos Humanos (20% corresponde a aplicativos cloud), e o resto não conta com nenhum tipo de ferramenta ou automatização para apoiar sua tarefa.
Isto significa que o espaço para automatizar a gestão da área é gigantesco, dado que as últimas tecnologias que estão entrando no mercado têm uma resposta para praticamente qualquer necessidade dos Recursos Humanos.
Portanto, 2016 poderia ser o ano que marca a chegada de novos fornecedores ansiosos por capitalizar uma demanda até então não explorada na região.
De fato, a América Latina é a região onde as tecnologias na Nuvem estão experimentando seu crescimento mais rápido: as projeções mostram que este mercado crescerá a uma taxa anual composta de 26% entre 2013 e 2018. Isso, no contexto de um mercado global de tecnologias cloud que chegará a USD 66,4 bilhões em 2019.
E, como veremos à seguir, os resultados do estudo apontam para a necessidade de contar com funções de relatórios como o principal driver desta nova demanda.
3. A utilização de tecnologias de RH na AmLat se intensificará durante 2016
Contar com dados e estatísticas, para basear a tomada de decisões e controlar o desempenho (tanto da gestão como dos colaboradores), será o fator determinante por trás das compras de soluções tecnológicas de RH na América Latina durante 2016.
A necessidade dos diretores de RH para acessar rapidamente o valor agregado por estas soluções, o que significa menores prazos de implementação e métricas de ROI, também impulsionará as vendas.
Deste modo, as vantagens de acessibilidade das soluções Cloud se traduzem em que mais de um terço dos entrevistados disse que a disponibilidade de sistemas na nuvem e aplicativos móveis também são fatores que determinam a decisão de investir em tecnologia de Recursos Humanos (35% e 34%, respectivamente).
Por outro lado, a flexibilidade da Nuvem para experimentar diferentes soluções (através de free trials), ajudará os diretores de Recursos Humanos a planejar melhor os seus projetos de tecnologia, sem ficar desfalcado em termos de alcance do investimento, orçamento de segurança de dados.
De fato, a falta de planejamento é o principal erro cometido pelo departamento de Recursos Humanos ao implementar uma solução tecnológica nas empresas latino-americanas. Por sua própia natureza, os aplicativos Cloud permitirão que o departamento faça mudanças em tempo real, ou inclusive mude de fornecedor, sem colocar em risco os resultados de seus projetos.
Sem o prejuízo do exposto, o lado positivo é que uma alta porcentagem dos entrevistados entende que fatores determinam o sucesso de um projeto tecnológico para Recursos Humanos.
Como conclusão, em termos gerais é animador ver que os VPs de Recursos Humanos na América Latina estão adotando um enfoque mais estratégico e moderno diante da tecnologia, como acontece em economias avançadas como Estados Unidos , Europa, Austrália e Ásia.
Espero que este estudo possa contribuir trazendo uma nova perspectiva para os VPs de Recursos Humanos na América Latina, em sua busca de novas e melhores formas para aumentar o comprometimento dos colaboradores, demostrar ROI e consolidar seu papel como business partners de suas respectivas organizações.
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