Sem dúvida, a discriminação é uma questão que atinge todos os níveis e aspectos da nossa sociedade, um problema a nível global que precisa de progressos significativos e imediatos. Nesse sentido, as organizações desempenham um papel fundamental no avanço desses desafios, e é por isso que a contribuição para gerar mudanças tanto em igualdade de gênero, igualdade social e diversidade devem ser integradas às estratégias atuais de Recursos Humanos, focando as diretrizes existentes para uma cultura inclusiva e harmoniosa que tenha o colaborador no centro das futuras discussões.
Hoje vemos empresas que se apressam em declarar que a diversidade é uma meta importante para suas equipes. No entanto, há tentativas de implementar treinamentos de tendência inconsciente ou outras soluções similares que não são bem sucedidas, deixando as empresas com carentes de uma solução eficaz. Mas existem ferramentas que ajudem nessas intenções de mudança? A tecnologia pode desempenhar um papel fundamental ao enfrentar esse paradigma? A resposta é sim, atualmente o desenvolvimento tecnológico criou soluções confiáveis que ajudam e impulsionam novas iniciativas de RH.
Análise preditiva para prever possíveis problemas
Big Data para RH (usado para análise preditiva, análise de talento, análise da força de trabalho, análise de recursos humanos, etc.) pode ser a próxima fronteira para reduzir a discriminação e preconceitos no local de trabalho.
Atualmente, a análise de Big Data em Recursos Humanos usa dados qualitativos e quantitativos para fornecer informação preditiva sobre a tomada de decisão necessária para gerenciar pessoas nas organizações. Não se trata apenas de dados brutos, senão de ideias que esses dados podem fornecer. Quando combinadas com uma variedade de medições e testes podem responder a perguntas relevantes para a organização. Embora as análises de RH possam levar em consideração os dados do passado, sua principal função é criar um comportamento preditivo para o futuro.
A análise preditiva também permite aos líderes de RH se anteciparem aos problemas e identificarem, por exemplo, as pessoas que estão pensando em pedir demissão. Recrutar talentos diversificados é uma coisa, mas se seus talentos minoritários se demitem, você não fez muito para melhorar a diversidade de sua força de trabalho. As análises preditivas podem analisar populações étnicas ou de gênero específicas para determinar quem pode renunciar, e o RH pode usar essas informações para criar iniciativas que melhorem a experiência de trabalho desses talentos.
A flexibilidade laboral que permitem a HR Tech
As tecnologias emergentes da revolução 4.0 transformam os acordos de flexibilidade laboral mais acessíveis e transparentes, algo que os funcionários já conhecem bem. Por essa razão, também está se tornando mais importante na atração e retenção de funcionários.
Um exemplo disso tem a ver com o uso de ferramentas e aplicativos na nuvem onde a colaboração ocorre sem a necessidade de trabalhar em um espaço físico fixo, reduzindo significativamente os preconceitos na contratação de mulheres (preconceitos ligados à ausência do trabalho ligado à maternidade ou cuidar de uma criança ou de um membro da família doente). Graças às ferramentas colaborativas online e na nuvem a Netflix começou a mudar as rigorosas medidas estritas pós-natal nos Estados Unidos, permitindo aos novos pais receber "licença parental ilimitada" por um ano após o nascimento ou adoção de uma criança, oferecendo a opção de trabalho part time e remoto. A Câmara de Comércio de Bogotá, Colômbia, também oferece a opção de trabalho remoto, permitindo a opção de flexibilidade laboral para colaboradores que precisem e cumpram os requisitos possam trabalhar facilmente em casa graças à tecnologia.
(O trabalho flexível está sendo implementado rapidamente na América Latina, atualmente há uma adoção próxima a 10% da população economicamente ativa em países como Brasil e Argentina e entre 2% e 4% no Chile e México, de acordo com o whitepaper de 5G Américas).
A tecnologia informa, as pessoas agem
Ainda há um longo caminho a percorrer antes de que a tecnologia possa resolver todos os problemas associados ao viés na Gestão de Talentos. Inclusive com a melhor tecnologia do mundo, o julgamento humano continuará sendo importante. Porque não se trata de apontar pessoas que são culpadas da parcialidade, mas sim de ensiná-las a serem imparciais. Lembre-se que a diversidade atrai a diversidade, isso deve ser refletido na base cultural de uma organização. A partir daí, se infiltrará na estratégia de talentos, nos planos de desenvolvimento de liderança e nas decisões diárias que serão tomadas com os candidatos, funcionários e fornecedores.
Se queremos construir organizações inovadoras, precisamos ter diversidade no lugar de trabalho: origens, experiências e expectativas diferentes são os pilares da mudança organizacional. As empresas precisam contratar candidatos diversificados para se manterem competitivas, assim como precisam incentivar seus colaboradores a aprender e pensar de maneira diferente. É por tudo isso que os líderes com visão de futuro devem adotar os benefícios que a tecnologia e a inteligência artificial que permitam emergir no local de trabalho ultra-diversificado de amanhã e treinar-se para aprender a avançar com confiança.
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