Tecnologias sociais de RH: Como afetam a gestão do área?

por José Guerra
13 min de leitura.

 

Show me the money!! Essa frase te lembra alguma coisa?

Em 2016 fará duas décadas desde a estréia de Jerry Maguire, um grande sucesso de bilheteria protagonizado por Tom Cruise. 

A trama gira em torno de um representante de atletas que cai em desgraça. Desesperado, Maguire tenta convencer seu único cliente, o jogador de futebol Rod Tidwell (Cuba Gooding Jr.) de não mudar de agente. Em uma cena memorável, Cruise aplica toda sua lábia para reter a Tidwell, que não está nada convencido. Sua resposta? Show me the money!! Me mostre o dinheiro!! 

Esta é uma frase que se escuta muito na área Recursos Humanos, especialmente quando se trata de tecnologias sociais. Show me the money! Ou melhor: show me the ROI!! 

Apesar do grande crescimento de tecnologoas sociais para Recursos Humanos, com uma multidão de fornecedores, analistas e gurus exaltando seus benefícios, a adoção não tem crescido com a rapidez que se esperava. 

É estranho, de algum modo. As tecnologias sociais tiveram a adoção mais rápida da história: o telefone demorou 75 anos para chegar a 50 milhões de usuários. O rádio quase 40 anos, e a televisão, 13. O Facebook demorou três anos e meio. E o jogo Angry Birds Space? Trinta e cinco dias (este artigo do The Wall Street Journal em inglês explica este processo mais profundamente). 

Definitivamente, as tecnologias chegaram para ficar e mudaram nossa forma de nos comunicar, informar e fazer negócios. 

No entanto, a taxa de adoção é de somente 15-20%, segundo um estudo do IDC realizado entre 2012 e 2015. Segundo a Ventana Research quase 40% das empresas “nega aos seus colaboradores a oportunidade interagir usando tecnologias sociais”, enquanto que uma pesquisa da SilkRoad determinou que 75% dos líderes de Recursos Humanos acreditam que sua empresa está atrasada em relação a estas ferramentas. 

Por as coisas são assim? O que está acontecendo? Simples: Cuba Gooding Jr. não está completamente convencido. Show me the ROI! 

De acordo com um estudo recém publicado (agosto de 2105) pela Aberdeen Group, entitulado Building the business case for social in HR a barreira mais comum (43% das organizações pesquisadas) à adoção das tecnologias sociais é a incapacidade para demonstrar seu impacto em aspectos de negócio como vendas, produtividade, ou rotação, entre outros. 

Portanto, devemos mostrar o que Cuba Gooding Jr quer ver: o ROI.

Isso é mais fácil de fazer se focamos o nosso business case nos principais desafios que as empresas enfrentam hoje em dia: segundo a Deloitte, estas são a cultura interna e o compromisso. Logo, a Society for Human Resources Management (SHRM) dos EUA identificou a rotação, o compromisso e o planejamento de sucessões. Vejamos como se alinham estes resultados do estudo da Aberdeen com estes desafios: 

Compromisso 

Vários estudos, como este da Cisco e este da Engage for Success, mostram uma relação direta entre o sucesso financeiro de uma empresa e o compromisso de seus colaboradores. 

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A Aberdeen detectou que as empresas best in class (as que lideram sua indústria em termos de desempenho e são consideradas um padrão ou referência ao igualar ou superar) relatam o nível de compromisso de 54% usando tecnologias sociais, frente a média da indústria de 38%. 

Cultura 

A pesquisa da Aberdeen mostra que em 51% das empresas best in class a comunicação é o principal uso da tecnologia social para Recursos Humanos. 

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A Gallup respalda este resultado: 59% dos colaboradores mais comprometidos afirmam que seu trabalho lhes proporciona suas idéias mais criativas, em comparação com 3% dos não comprometidos. 

Eficiência 

Em seu estudo, a Aberdeen destaca uma correlação interessante: as empresas que têm uma participação de 74% usando tecnologias sociais operam com uma eficiência superior a 70%.blogpost_03-pt

As tecnologias sociais permitem realizar grande mudanças ao simplificar e facilitar procesos que antes eram muito complicados, como acessar informações da empresa, a interação com colaboradores em terreno (aplicativos móveis), reagir com maior rapidez à pedidos de clientes ou fornecedores (funcionalidades real time) e melhorar a gestão (geração de relatórios e estatísticas). 

Produtividade 

A McKinsey também estima que melhorar a comunicação e a colaboração com a implementação total de tecnologias sociais permitiria às empresas elevar a produtividade dos colaboradores que interagem entre si (trabalhadores qualificados, incluindo gerentes e profissionais) entre 20 e 25%. 

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Por sua parte, a Workplace Research Foundation calcula que um aumento de 10% no investimento para comprometer os colaboradores pode elevar as utilidades em USD 2.400 por cada um, por ano. Neste caso, os colaboradores altamente comprometidos são 38% mais produtivos. 

Em resumo 

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Mesmo que tenhamos visto que as tecnologias sociais permitam atacar os principais desafios da organização de forma direta, não são uma panacéia que soluciona magicamente os problemas do negócio e da área de Recursos Humanos. 

Além dos número e dos estudos que podemos usar para fundamentar nosso business case para a gerência, as empresas que obtém os melhores resultados com suas tecnologias sociais para Recursos Humanos estão realmente dispostas a se aprofundar nelas, a dar volta em seus processos para descobrir novos usos que liberem o potencial dos colaboradores para enfrentar os desafios da organização. 

É onde, definitivamente, está o ROI de suas tecnologias sociais de RH.

 

José Guerra
Escrito por José Guerra

Chief Sales & Marketing Officer, GOintegro

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