Muitas empresas possuem programas de benefícios para colaboradores porque, além de ser uma prática comum no mercado, a evidência diz que são instrumentos eficazes para reter colaboradores e potencializar o employer branding.
E precisamente devido a esses objetivos estratégicos que esse tipo de iniciativa costuma causar uma “dor de cabeça” na equipe, gestores e diretores de Recursos Humanos: pouco conhecimento e baixo aproveitamento dos benefícios pelos colaboradores. Melhorar esses aspectos de um programa de benefícios aos funcionários envolve o controle de indicadores estratégicos que afetam diretamente o sucesso para impactar a satisfação, o ambiente de trabalho, a rotatividade, etc.
Por isso compartilhamos com vocês 4 KPIs estratégicos da gestão de um programa de benefícios para colaboradores:
1. Conhecimento dos Benefícios pelos Colaboradores
Saber qual tipo de benefício é mais desejado pelos colaboradores é fundamental e é o ponto de partida para oferecer uma oferta de benefícios atrativos. Numa pesquisa realizada pela Aflac, 60% dos empregadores entrevistados mencionaram que o principal desafio que enfrentam na administração de benefícios é entender o que seus colaboradores procuram ou desejam. Isso é influenciado pela característica predominante do time: mais homens ou mais mulheres, com filhos ou sem filhos, faixa etária, localização, etc.
Complementando o ponto anterior, em pesquisa realizada pela Society for Human Resource Management (SHRM) dos Estados Unidos, em março de 2024, observa-se que em geral os benefícios mais atrativos para os colaboradores são aqueles associados a:
Por outro lado, oferecer um benefício não adianta nada se os funcionários não souberem que ele existe; o impacto econômico desta desinformação é considerável.
A questão, então, é o quanto nossos colaboradores sabem sobre os benefícios que a empresa oferece? Para responder a essa pergunta é fundamental considerar:
Indicadores estratégicos: Qual é a porcentagem de colaboradores que têm conhecimento dos benefícios da organização?
Como conseguir a informação: Pesquisas internas, estatísticas de navegação da plataforma tecnológica na qual são comunicados os benefícios.
Como melhorar a comunicação dos benefícios: A chave aqui é ser constante. O que não se comunica, não existe; simples assim.
Melhorar o conhecimento dos benefícios não consiste meramente em informar aos colaboradores de sua existência, e sim também como ter acesso às suas condições, disponibilidade, etc.
As plataformas sociais internas ou plataformas de comunicação interna são ferramentas poderosas para se conectar com os colaboradores e podem mitigar o custo desta desinformação sobre os benefícios que a organização disponibiliza. Outras ferramentas que podem ajudar nessa comunicação são e-mails para todos os colaboradores, eventos corporativos internos, reuniões presenciais individuais ou de equipe e manuais online.
2. Taxa de Uso dos Benefícios
Oferecer um benefício não serve de nada se os colaboradores não o utilizam. Portanto, é de extrema importância garantir que os colaboradores utilizem os benefícios e entendam o valor que recebem por meio deles. Neste ponto é relevante considerar:
Indicadores estratégicos: Taxa de uso dos benefícios, benefícios mais e menos usados, nível de satisfação com os benefícios oferecidos, etc.
Como conseguir a informação: Relatórios estatísticos da plataforma tecnológica onde são administrados os benefícios e a quantidade de códigos de desconto ou cupons resgatados.
Como melhorar o uso dos benefícios: Algo fundamental é oferecer benefícios que os colaboradores valorizem, versus os benefícios que a empresa acredita que serão valorizados por eles. Para isso é muito eficaz desenhar programas baseados em perfis de colaboradores, facilitar o acesso aos benefícios através de aplicativos mobile, e expandir a oferta ao grupo familiar, entre outras alternativas.
Existem vários estudos que mostram uma forte correlação entre a satisfação com os benefícios da empresa e a satisfação no trabalho. Os colaboradores que ficaram muito satisfeitos com os seus benefícios têm maior probabilidade de ficarem satisfeitos com o seu trabalho, em comparação com aqueles que se sentem insatisfeitos com os benefícios da empresa. Especificamente, os colaboradores que se sentem cuidados pela empresa têm 1,5 vezes mais probabilidade de ter um maior sentimento de pertencimento no trabalho e isso é muito positivo, considerando que, para muitas empresas, a retenção é o principal objetivo dos seus programas de benefícios.
Outro aspecto interessante a considerar é o momento em que as organizações comunicam os benefícios aos colaboradores. De acordo com o estudo da MetLife’s 2024 U.S. Employee Benefit Trends Study, há momentos críticos para os funcionários e, se os benefícios forem comunicados nesses momentos, há maior probabilidade de se sentirem cuidados pela empresa. Essas experiências vão desde os momentos mais significativos da vida, por exemplo: constituir família; comprar uma casa; receber uma promoção; até mesmo momentos muito difíceis como perder um ente querido.
3. Gestão dos Benefícios
Um programa de benefícios não é escalável se não for possível administrá-lo com eficiência.
Um dos problemas mais comuns associados aos programas de benefícios para colaboradores é o gigantesco volume de trabalho implícito nos mesmos, que obriga o time de Recursos Humanos a gastar tempo no operacional em vez de se dedicar ao estratégico.
À complexidade de delinear um programa de benefícios para diferentes perfis de colaboradores, soma-se toda a gestão necessária (conseguir benefícios atraentes para os colaboradores, negociação das condições, atendimento a perguntas e reclamações, etc.) e garantir que estejam ativos, já que em geral o uso não é planejado com muita antecipação e os trabalhadores precisam ter à mão esses benefícios a qualquer momento. Nesse ponto é relevante considerar:
Indicadores estratégicos: Novos benefícios, taxa de reclamações e tempo de solução são alguns dos principais indicadores.
Como conseguir as informações: É impossível fazer isso sem usar tecnologia. As funções de geração de relatórios disponíveis nas plataformas de benefícios permitem acessar facilmente esses dados.
Como melhorar a administração dos benefícios: Novamente, o apoio na tecnologia faz a diferença na administração de um programa de benefícios, já que oferece a flexibilidade em termos de acompanhamento e métricas, o que permite gerir adequadamente o programa, entender para onde ele caminha e idealizar estratégias para manter sua relevância e impacto.
4. Impacto dos benefícios nos indicadores do negócio
É difícil justificar um gasto que não venha acompanhado de um ROI. Se isso acontece é porque não existe um objetivo claro e específico.
Por isso, a pergunta chave é: o que queremos alcançar com o nosso programa de benefícios para colaboradores? A resposta vai mais além de estar atualizados com as boa práticas do mercado e atender as expectativas dos funcionários. Trata-se de assegurar um alinhamento estratégico entre os benefícios e os objetivos do negócio.
Por exemplo, se a empresa tem um problema de rotatividade, deveria oferecer benefícios com um alto valor percebido e que não seja muito comum no mercado, de maneira que o colaborador avalie o custo de perder essa vantagem caso decida mudar de empregador. Desta forma, é possível determinar o quanto o programa influi na redução da taxa de rotatividade e, a partir daí, relacionar esse indicador com a economia em custos de desligamentos voluntários, capacitações, etc., que se reflete na linha de resultados.
Quando a relação causa-efeito entre benefícios e objetivos estratégicos é clara, fica mais fácil determinar o impacto no negócio através dos KPIs de Recursos Humanos. Neste aspecto é relevante considerar:
Indicadores estratégicos: Impacto do programa de benefícios na produtividade por colaborador, rotação, satisfação dos colaboradores, clima laboral, etc.
Como conseguir as informações: O mais importante é ter um ponto de referência do objetivo a ser alcançado, seja um indicador de negócio histórico e conhecido, ou quem sabe um benchmark da indústria. Logo, deve ser definida a periodicidade da medição, baseando-se nas ações realizadas através dos programas de benefícios para ver o impacto nestes indicadores.
Como potencializar o impacto positivo dos benefícios para colaboradores no negócio: É importante fazer o acompanhamento periódico e constante para analisar a evolução e assim apresentar as mudanças necessárias para melhorar.
Em resumo
Os equipes, gerentes e diretores de Recursos Humanos estão sob constante pressão para mostrar os resultados de seus programas orientados a melhorar o bem-estar, a satisfação e o compromisso dos colaboradores.
A organização não ganha muito com um programa de benefícios se os colaboradores não o conhecem ou não o utilizam. Melhorando o controle dos indicadores estratégicos, o departamento de Recursos Humanos tem uma maior probabilidade de demostrar o ROI dessas iniciativas para a diretoria.
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