Enfrentando o burnout: um guia completo para combater o estresse crônico em sua organização

por Marketing Team, GOintegro
26 min de leitura.

"Síndrome derivada do estresse crônico no local de trabalho, que não foi gerenciada com sucesso". Essa é a definição oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o burnout, ou exaustão no trabalho, que já está incluída na Classificação Internacional de Doenças, permitindo que médicos e centros de saúde classifiquem-no de forma objetiva na hora de diagnosticar um paciente. 

A definição de “síndrome de burnout” foi dada pelo psicanalista nova-iorquino Herbert J. Freudenberger, no início da década de 1970, como “um transtorno mental depressivo, precedido por intenso desgaste físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional”. Freudenberger chegou a essa definição depois de verificar que ele próprio sofria de esgotamento.

O fato é que pessoas em todo o mundo estão esgotadas, exaustas e deprimidas. E a revolução do talento, que se intensificou com o fenômeno da Great Resignation, talvez seja a melhor evidência de que as coisas estão longe do ideal no mundo do trabalho.

Não há dúvida de que tudo o que aconteceu nos últimos dois anos, com o isolamento forçado e toda a incerteza gerada pela pandemia, foi um tremendo catalisador para a maior incidência de casos de burnout. No entanto, a síndrome não é exatamente uma novidade, especialmente considerando que foi identificada há mais de 40 anos.

Então, por que esse ainda é um problema tão complexo e o que podemos fazer como organizações, líderes e colaboradores para tentar resolvê-lo ou, pelo menos, mitigá-lo?

Neste guia mostraremos algumas iniciativas que você pode implementar para promover um ambiente de trabalho psicologicamente e emocionalmente seguro, para que todas as pessoas possam se desenvolver plenamente e ter seu bem-estar assegurado, dentro e fora do trabalho.

Antes de mais nada, é importante sabermos reconhecer os sinais mais comuns do estresse crônico.

7 sinais comuns da síndrome de burnout

  • Sentir-se cansado ou exausto na maior parte do tempo

  • Sentir-se impotente, “preso” e/ou derrotado

  • Sentir-se isolado/sozinho no mundo

  • Ver as coisas sob uma perspectiva negativa

  • Dubidar de si mesmo

  • Procrastinar e demorar mais tempo para fazer as coisas

  • Sentir-se sobrecarregado

Burnout não é algo que desaparece sozinho. Em vez disso, pode aumentar e piorar, a menos que os problemas subjacentes que o causam sejam resolvidos. Ignorar esses importantes sinais de esgotamento pode causar mais danos à sua saúde física e mental no futuro. Também pode resultar em perda de capacidade e energia para atender efetivamente às demandas do trabalho, o que pode ter repercussões em outras áreas da vida.

Ao ser tão frequente como infelizmente tem sido, o burnout é muitas vezes pouco compreendido, estigmatizado e mal diagnosticado, sendo oneroso tanto para a saúde e bem-estar dos colaboradores como para a produtividade das organizações.

O Gallup descobriu que 76% dos funcionários sofreram esgotamento em seus empregos pelo menos algumas vezes. E nesse mesmo estudo ele lança uma provocação ao nos convidar a pensar sobre nossa própria equipe ou colegas de trabalho dentro desse contexto. É quando esse número alarmante deixa de ser apenas uma estatística e passa a ter rosto, nome e sobrenome. O burnout, portanto, é sentido individualmente, mas afeta as organizações de forma holística.

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Em particular, de acordo com o estudo da Asana, quando as pessoas experimentam o esgotamento, elas também são mais propensas a ter moral mais baixa (36% das pessoas), ser menos engajadas (30%), cometer mais erros (27%) e se comunicar mal ( 25%), sendo também mais propensas a deixar a empresa (25%).

Por outro lado, a Deloitte descobriu que 47% dos entrevistados pediram demissão no passado quando um emprego afetou negativamente seu bem-estar, e 57% estão pensando em pedir demissão para encontrar uma nova função que melhor apoie seu bem-estar.

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7 Gatilhos mais frequentes do burnout

  • Falta de clareza ou de consistência da função desempenhada.

  • Pouco apoio de colegas de trabalho ou líderes.

  • Prazos irrealistas ou pressão excessiva para atingir os objetivos.

  • Atividades excessivamente repetitivas.

  • Medo de uma eventual punição.

  • Medo de uma eventual punição.

  • Sobrecarga de trabalho.

  • Falta de perspectiva de desenvolvimento ou crescimento profissional.

o papel da liderança na mitigação do estresse crônico em suas equipes 

Os líderes têm o maior impacto na prevenção e gestão do burnout entre os colaboradores. Todos foram desafiados a aprender enquanto tudo acontecia, deixando de lado antigas práticas e buscando novas abordagens para enfrentar novos desafios. 

Como indica a Harvard Business Review, muitos líderes já perceberam que o que poderia ter sido útil no início da pandemia pode rapidamente se tornar prejudicial. Por exemplo, eles se deram conta que pedir aos colaboradores que passassem horas e horas em videoconferências durante o dia e esperar que, à tarde, eles voltassem online para um happy hour virtual ou para uma aula de ioga online logo cedo no outro dia, estava frustrando o propósito dessas atividades e transformando o bem-estar em mais uma carga de trabalho.

Por outro lado, aumentar a confiança e fornecer mais flexibilidade ajuda a diminuir o esgotamento. Um bom exemplo são os modelos híbridos de trabalho, onde as pessoas têm autonomia para escolher se (ou quando) querem comparecer presencialmente ao local de trabalho, considerando sua configuração familiar, seu histórico de saúde ou suas preferências pessoais.

Para algumas pessoas, trabalhar 100% remotamente pode ser mais confortável; para outros, estar no escritório algumas vezes durante a semana é como uma folga do home office, que sem dúvida tem seus desafios (as mamães e papais sabem bem disso); outras pessoas, por sua vez, não se sentem à vontade para trabalhar de casa e preferem voltar ao modelo 100% presencial.

Lo más importante es que el liderazgo esté dispuesto a actuar con empatía. Cada líder debería poder preguntar a sus colaboradores:  “¿Cómo puedo hacerte sentir seguro? ¿Qué más puedo hacer para ayudar? No tengo miedo de seguir aprendiendo. Puedo hacer más”. 

O mais importante é que a liderança esteja disposta a agir com empatia. Todo líder deve ser capaz de perguntar a seus colaboradores: “Como posso fazer você se sentir seguro? O que mais posso fazer para ajudar? Não tenho medo de continuar aprendendo. Eu posso fazer mais."quote_apertura

"O cenário atual nos faz lembrar da célebre frase dita pelo personagem Marcelo em Hamlet, de Shakespeare: há algo de podre no Reino da Dinamarca e, justamente por isso, o líder deve mais que nunca trabalhar para salvaguardar a lucidez - própria, de seus liderados e, por consequência, da própria organização.  Para que se tenha um ambiente psicologicamente seguro, no qual as pessoas possam se desenvolver de forma plena e saudável, há de se ter em primeiro lugar, genuíno e verdadeiro interesse pelo outro e uma comunicação que possa ser a mais transparente e profunda possível. As relações devem ser verdadeiras também, e para isso e para que se crie confiança, há a necessidade de se expor vulnerabilidades e permitir que o outro o conheça também em sua dimensão humana; portanto, com seu lado luz e seu lado sombra. Que cada um possa descobrir seu Propósito e colocar-se a serviço."

Marcelo Madarász, Regional HR Manager, Parkerquote_cierre

6 fatores não relacionados ao trabalho que podem desencadear o burnout

Embora a definição de burnout da OMS se configure como uma doença ocupacional, existem outros fatores desencadeantes que não estão explicitamente relacionados ao trabalho. Isso indica, talvez, que as pressões do trabalho, combinadas com as pressões adicionais trazidas pela pandemia, continuam tendo um grande impacto no bem-estar das pessoas, segundo pesquisa realizada pela Mental Health UK.

1. Preocupações monetárias
Sabemos que dinheiro e saúde mental andam de mãos dadas, e é por isso que 81% das pessoas acreditam que preocupações com dinheiro podem contribuir para o esgotamento.

2. Isolamento
Sentir-se sozinho pode ter um impacto negativo em nossa saúde mental, o que certamente afetará nosso trabalho. 77% das pessoas concordam que sentir-se isolado pode contribuir para o burnout.

3. Saúde física
Fazer coisas que nos ajudam a relaxar, que nos deixam felizes ou calmos, como fazer exercícios, comer bem e dormir, fazem parte de uma atitude de autocuidado e contribuem para nossa saúde mental. A saúde mental é tão importante quanto a saúde física, e uma influencia a outra. 79% das pessoas acham que a má saúde física pode contribuir para o esgotamento.

4. Sono
Problemas de sono podem afetar como você se sente física e mentalmente, e como você se sente invariavelmente afeta como você dorme. 83% dos respondentes consideram que a falta de sono é um fator que pode contribuir para o burnout.

5. Relações interpessoais
É importante para o nosso bem-estar ter bons relacionamentos e pessoas com quem possamos compartilhar nossas esperanças, medos, confiança e felicidade, e que nos ajudem a nos manter em movimento quando precisarmos de um apoio extra para seguir avançando. Para 74% das pessoas, problemas de relacionamento podem contribuir para o estresse crônico.

6. Cuidar de outras pessoas
73% das pessoas concordam que o aumento das responsabilidades de cuidado, como cuidar dos pais idosos ou manter as crianças em casa por mais tempo, pode contribuir para o esgotamento.

Embora algumas situações possam parecer mais complexas do que outras, cada um desses problemas é uma ameaça real à saúde mental e à segurança psicológica dos colaboradores. O que se espera dos líderes é que eles levem em consideração as diferentes necessidades de sua gente e possam apoiar a cada um de maneira concreta.


O que as organizações podem fazer para lidar com o burnout?

As empresas podem fazer mais para enfrentar a “epidemia de burnout” que temos visto com mais intensidade nos últimos dois anos. Para fazer isso, elas devem, idealmente, buscar uma abordagem estratégica e abrangente, que inclua suas políticas, processos e as tecnologias certas para respaldá-la. Aqui ficam algumas ideias, baseadas num interessante artigo publicado na página da Forbes e na experiência que temos na GOintegro acompanhando os nossos mais de 500 clientes:

1. Criar significado e propósito
Um dos antídotos mais poderosos contra o burnout é que as pessoas possam encontrar significado no trabalho. As empresas e os líderes podem alinhar o propósito, as paixões e os interesses das pessoas com as responsabilidades uns dos outros, tanto quanto possível, e também lembrá-los de como seu trabalho contribui para o sucesso de seus pares e para a visão da organização como um todo.

2. Gerar um senso de pertencimento
As pessoas procuram se conectar com outras pessoas e construir relacionamentos, mas isso está se tornando cada vez mais difícil, seja no trabalho ou na esfera pessoal. Nesse sentido, a tecnologia pode ser uma importante aliada para que os colaboradores se aproximem e identifiquem interesses em comum. Uma possibilidade é usar o feed da rede social para fazer enquetes rápidas, onde você pode perguntar sobre os hobbies preferidos das pessoas, por exemplo. Com base nesses resultados, é possível criar espaços segmentados nesta mesma plataforma de comunicação interna, compartilhar conteúdos relacionados ao tema e cultivar um importante senso de comunidade e pertencimento entre os colaboradores. Na GOintegro, por exemplo, temos o grupo GOrunners que, através do nosso chat que chamamos de “Mensagens”, reúne colaboradores interessados em correr, para que possam compartilhar dicas e participar em desafios.

3. Promover uma liderança empática
Uma das principais razões pelas quais as pessoas deixam uma organização é por causa do chefe: os líderes têm um impacto significativo na experiência de trabalho. Nesse sentido, é fundamental que as empresas ajudem suas lideranças a mudarem sua postura e pensarem em novas formas de trabalhar, como o modelo híbrido, motivando cada líder a cuidar também do seu próprio bem-estar. Não há dúvida de que os líderes são mais eficazes quando se comunicam bem, com transparência e clareza, mesmo quando não conseguem transmitir segurança às pessoas.

4. Promover (e reconhecer) comportamentos em prol do bem-estar
O primeiro passo para gerar mudanças de comportamento é promover a conscientização, e esta se obtém a partir do conhecimento. Por isso, é importante que as organizações ofereçam aos seus colaboradores diferentes conteúdos que ajudem cada um a potencializar as diferentes dimensões do seu bem-estar. Palestras sobre saúde mental, aulas de mindfulness, assessoria financeira, workshops para pais, dicas para uma alimentação mais saudável e muitos outros temas. Uma alternativa que costuma gerar muito engajamento é o lançamento de desafios, onde as pessoas que alcançam os melhores resultados são reconhecidas publicamente, o que reforça comportamentos positivos e gera um ciclo virtuoso em torno do bem-estar.

Para que estas iniciativas se integrem e façam parte de uma estratégia mais robusta, é fundamental dispor de uma plataforma tecnológica que permita uma comunicação eficiente e atrativa das diferentes ações de promoção de uma cultura de bem-estar, reconhecendo a participação e o compromisso dos pessoas a melhorar sua qualidade de vida e, assim, evitar o burnout.

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5. Incentivar os colaboradores a tirar uma folga
Muitos colaboradores não tiram férias há quase 2 anos. Apesar de não ter sido possível viajar durante a pandemia, há quem não tenha usufruído sequer de uma semana de descanso em casa. Desligar-se do trabalho é essencial para evitar o esgotamento mental e o estresse crônico. Se ainda assim as pessoas não quiserem se ausentar por um período mais longo, considere oferecer opções de tempo flexível, para que as pessoas possam tirar um dia de folga, ou meio período, e se concentrar em cuidar de seu próprio bem-estar. Na GOintegro, por exemplo, oferecemos aos nossos GOers um amplo catálogo onde podem trocar pontos por tempo livre de forma simples e totalmente autônoma.

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Ao implementar essas e outras estratégias, as organizações fazem com que seus colaboradores não se sintam os únicos responsáveis por resolver um problema que é, em grande parte, causado por seu trabalho, e não por suas próprias debilidades. Quando as empresas não agem para combater o burnout, os melhores talentos naturalmente começam a buscar outro lugar com melhores benefícios e suporte, resultando em um aumento significativo no turnover e nos custos de contratação.

Quick Quiz 
Quão bem sua organização tem tratado os colaboradores?

McKinsey estabelece os 4 pilares para garantir que as pessoas se sintam bem no trabalho. Quantos desses sua organização oferece?



Benefícios⁠: alinhá-los às necessidades das pessoas
Apoio⁠: oferecer apoio emocional e tempo livre para desestressar
Desenvolvimento⁠: promover o aprendizado para que as pessoas se sintam valorizadas
Colaboração⁠: gerar um ambiente de trabalho saudável e seguro em todos os aspectos


A idealização joga contra o nosso bem-estar 

Infelizmente, para muitos colaboradores, seus empregos são sinônimo de monotonia, tédio, tarefas sem sentido e líderes desagradáveis. Mas, na verdade, o trabalho deve ser uma oportunidade de expressar talentos, desenvolver novas habilidades, conectar-se com pessoas, criar de forma colaborativa e, finalmente, contribuir de alguma forma para a comunidade.

Por outro lado, mesmo que você goste muito do que faz e do lugar onde trabalha hoje, é importante ter em mente que o emprego ideal ou perfeito simplesmente não existe. Sempre haverá coisas que gostamos mais e outras que gostamos menos, e tá tudo bem com isso!

Para que nossa saúde mental esteja em dia, não podemos idealizar um trabalho e nem ter expectativas tão altas que nos levem a buscar ser 100% felizes, 100% do tempo. Os altos e baixos são naturais: às vezes, nos sentiremos “no topo do mundo”; outras vezes, a mesma atividade que amamos pode parecer especialmente desafiadora ou estressante em determinados períodos. 

Como menciona o artigo da Forbes, “colaboradores, líderes e organizações podem mudar suas próprias narrativas para apreciar a oportunidade de trabalhar e contribuir, e saber que nem sempre será perfeito”. Todos nós podemos, de uma forma ou de outra, buscar alternativas para que o trabalho seja fonte de realização e nos ajude a sermos melhores profissionais e melhores pessoas, sempre priorizando nossa saúde e bem-estar, em todas as suas dimensões.

Os últimos dois anos nos permitiram aprender muito sobre a importância de cuidar dos colaboradores e quais alternativas existem para que isso seja possível. A tecnologia tem se mostrado muito eficaz nesse quesito, para que organizações, equipes de RH e líderes possam utilizá-la como uma ferramenta estratégica tanto para começar a cuidar do bem-estar das pessoas, quanto para aprimorar as ações que já estão realizando hoje.


Marketing Team, GOintegro
Escrito por Marketing Team, GOintegro

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