4 atitudes decisivas para os líderes de hoje

O papel da liderança nas organizações é ainda mais importante nestes tempos de incerteza e disrupção. Com a mudança repentina para um novo mundo onde o trabalho remoto se tornou massivo da noite para o dia, muitos líderes foram forçados a desenvolver novas habilidades para serem capazes de agir de forma eficaz em um cenário completamente diferente que, longe de ser transitório como se imaginou a princípio, representa o início de uma nova era para colaboradores e organizações.

Liderar equipes de alto desempenho, que compartilham o mesmo propósito e visão, nunca foi uma tarefa fácil. Porém, a proximidade física e a convivência diária no escritório favoreciam de alguma forma o relacionamento interpessoal, fortalecendo vínculos e criando um ambiente mais propício ao companheirismo entre os colegas e à confiança mútua.

Os intervalos para o "cafezinho" na metade da manhã ou da tarde, as conversas descontraídas no almoço, as reuniões presenciais de equipe, a possibilidade de ir à mesa de um colaborador e tirar dúvidas. Coisas que faziam parte do dia a dia há 4 ou 5 meses, e agora nos dão a sensação de pertencer a um passado muito distante que, possivelmente, não se repetirá, pelo menos não da mesma forma que antes.

Atualmente, é decisivo que os líderes encontrem diferentes alternativas para substituir esses espaços de convivência face a face por outras instâncias de diálogo e interação com suas equipes, utilizando da melhor forma todas as ferramentas digitais para que se mantenham conectados com seus colaboradores e sejam capazes promover uma cultura colaborativa em suas organizaçõe

A liderança eficaz nestes tempos deve basear-se em 4 atitudes vitais em relação às equipes: sensibilizar, comunicar, validar e gerir.

Sensibilizar significa, antes de tudo, ter clareza sobre as próprias emoções e sentimentos, para depois se conectar com os colaboradores e ser capaz de contê-los emocionalmente, dando-lhes o suporte necessário para que consigam equilibrar as demandas do trabalho e da família. Um líder que sabe sensibilizar sua equipe valoriza o bem-estar das pessoas, celebra pequenas e grandes conquistas, promove a colaboração e coloca em prática os valores organizacionais no seu dia a dia.

A capacidade de comunicar ganha uma nova dimensão e uma importância crucial para o funcionamento das equipes e a eficácia da liderança. Objetividade, alinhamento de expectativas, saber transmitir mensagens claras e ter uma excelente capacidade de escuta são alguns dos atributos necessários em tempos de trabalho remoto e reuniões virtuais. Portanto, estabelecer uma dinâmica de comunicação eficiente é o ponto de partida para orientar as equipes, definir prazos e responsáveis, acompanhar o andamento das tarefas, identificar oportunidades de melhoria e dar feedback de forma consistente.

Validar é outra atitude que deve ser fortalecida pela liderança. Trata-se de definir acordos e estabelecer objetivos para as equipes, assegurando-se de proporcionar-lhes as melhores condições para que possam realizar as suas atividades e desenvolver o seu potencial máximo. Trata-se também de reforçar o accountability, pautado na autonomia e na confiança, para que cada um entenda como o seu trabalho impacta positivamente a organização e se sinta responsável pelo sucesso das suas atribuições e projetos.

Por último, mas não menos importante, está a capacidade de gerir, que podemos entender como o resultado tangível das três atitudes anteriores. O líder que realmente sabe fazer a gestão de suas equipes se conecta genuinamente com cada um dos seus colaboradores, comunica um propósito comum, promove a colaboração e reconhece aquelas atitudes que fazem a diferença, inspirando o compromisso de todos.

Como disse Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos EUA na década de 1970, "a tarefa do líder é conduzir as pessoas de onde estão para onde ainda não estiveram". Esta frase é ainda mais significativa nestes momentos, que exigem da liderança a capacidade de avaliar e dar sentido a um panorama ambíguo e em constante transformação, de poder tomar decisões estratégicas de negócio e, ao mesmo tempo, estar atenta às necessidades das pessoas, oferecendo-lhes o suporte adequado para que possam enfrentar esta contingência da melhor forma.