Qual é a diferença entre o Employee Engagement e Employee Experience?

por Daniel Bogomoltz
9 min de leitura.

De acordo com um artigo da Forbes, este é o ano do Employee Experience. Mas qual é a diferença com o tão desejado Employee Engagement e como trabalhá-lo?


Employee Experience (EX) é um enfoque mais holístico do engajamento que envolve toda a “jornada” do colaborador: desde o primeiro momento de interação com a empresa até o dia em que ele vai embora. Um cenário onde o Employee Engagement é o objetivo final, pode se afirmar que Employee Experience é o caminho.


Na América Latina vimos um forte desenvolvimento do Employee Engagement nos últimos anos, especialmente nas organizações brasileiras que, no nosso 2° Estudo Latino-americano de Employee Engagement, indicaram que o comprometimento de seus colaboradores é muito importante para 90% delas. Definitivamente estão investindo recursos consideráveis em iniciativas para potencializar a cultura corporativa, integração dos empregados e para desenvolver estratégias de bem-estar.


O Employee Engagement passou de ser um conceito pouco adotado pelas organizações a ser uma prioridade na gestão de talento nos últimos anos. No entanto, no estudo mencionado acima, identificamos que o grande desafio para 2018 é o comprometimento por parte dos altos executivos com as iniciativas ligadas ao comprometimento do colaborador. Um grande erro!


The Little Prince

“Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.”
O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry


Antoine de Saint-Exupéry, no seu famoso livro “O Pequeno Príncipe”, escreveu “só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos.” O escritor francês queria nos lembrar da importância das conexões emocionais entre as pessoas no dia a dia, essas situações que às vezes passam despercebidas para muitos, mas que refletem o essencial das nossas vidas. Devemos devolver aos pequenos momentos o lugar que eles merecem, já que um dia vamos perceber que são estes pequenos momentos de realizações pessoais no trabalho que motivarão os times a entregar às organizações grandes resultados.


Imaginemos o Employee Experience como um prédio antigo que podemos pintar e aperfeiçoar tanto que pode parecer novo, mas, se não consertamos a estrutura e vigas do prédio ele continuará sendo isso: uma construção velha com uma mudança de fachada, mas com alicerces fracos.


Por muito tempo o Employee Engagement focou em “mudanças superficiais” a curto prazo, mas se esse foco não funciona para um prédio, certamente não irá funcionar para uma organização. Focar na experiência dos empregados permite voltar a projetar a longo prazo. Ele nos permitirá focar nos alicerces ao invés que da pintura ou decoração.

Então, o que é o Employee Experience? Para as pessoas que são parte da sua organização, sua experiência é simplesmente a realidade de como é trabalhar e ser parte da sua empresa. Desde a perspectiva da organização, a experiência do empregado é o que se projeta e se cria para os empregados, o que a organização acha que deveria ser a realidade do empregado.

O desafio do Employee Experience é enorme. Por sorte, a tecnologia está do nosso lado. Foram desenvolvidas diversas ferramentas para potencializar a função do RH e ajudar a obter a informação que precisamos para planejar melhor os programas que precisamos.

Compartilho algumas dicas publicadas pela Deloitte para começar a potencializar sua EX:


  • Melhore a experiência do empregado e transforme ele em uma prioridade: Reconhecer que a experiência integrada do empregado é tão valiosa e pode ter tanto (ou mais) impacto como a estratégia de experiência do cliente. Articule uma experiência diferenciada para os colaboradores e garanta que esteja alinhada com todos os aspectos do trabalho. Inclua os conceitos de wellness e wellbeing na sua estratégia.

  • Incorporar o design thinking: Estude, escute e aprenda sobre o que seus colaboradores estão fazendo todos os dias e descubra novas formas de simplificar o trabalho e melhorar a produtividade, rendimento e engajamento.

  • Considere experiências para todos os níveis da organização: Todos os profissionais que interagem com você como empregador: desde o candidatos ao colaborador, líder sênior ou estagiários irão esperar elementos do Employee Experience que estejam projetados especialmente para atrair e retê-los.

  • Olhar para fora: Usar informação como Linkedin, Love Mondays entre outros para encontrar áreas com oportunidade ou fraquezas. Pesquise e aprenda com a experiência de outras empresas.

  • Envolva os Gerentes e líderes: A participação dos altos executivos e líderes de equipes é fundamental, já que a gestão e o comprometimento diário impactam a marca empregadora em geral. Os líderes podem ser responsáveis da experiência do empregado através de metas, recompensas e outros programas de rendimento.

  • Considere variáveis geográficas e culturais: Empresas internacionais devem compreender as diferenças culturais na forma em que os empregados percebem a experiência do trabalho.

  • Acompanhe os Resultados: Procure analisar os resultados e obter feedbacks de maneira estruturada e contínua. Utilize entrevistas, avaliações de performance e pesquisas para conseguir entender em tempo real os desafios que seus colaboradores enfrentam. Use o eNPS para medir o comprometimento dos seus colaboradores.


Resumindo, o Employee Engagement sem dúvidas é importante para uma força de trabalho coesa e produtiva, mas devem ser considerados todos os âmbitos que afetam a vida do colaborador. As empresas inteligentes serão aquelas que entendam que proporcionar uma experiência integral para o colaborador que siga todo seu trajeto na companhia e ofereça oportunidades de desenvolvimento em cada passo, beneficiará ambas partes.

O Employee Experience é um processo de planejamento da experiência dos colaboradores que não só se realiza para eles, ma que é feito com eles. Ao combinar o comprometimento e a experiência dos colaboradores, as organizações podem construir um ambiente onde os colaboradores se sintam realmente valorizados e que estejam engajados em produzir valor.

        
 

Daniel Bogomoltz
Escrito por Daniel Bogomoltz

Country Manager, GOintegro Brasil

Nueva llamada a la acción

INSCREVA-SE PARA RECEBER CONTEÚDO EXCLUSIVO DO NOSSO BLOG